A banalidade do mal e a segurança do paciente
Por: Marcela Zanatta e Denis Barbosa Cacique

No dia mundial para segurança do paciente, 17 de setembro, a diretoria da Divisão de Enfermagem, em parceria com o Núcleo de Segurança do Paciente, promoveu o encontro para uma reflexão sobre o fenômeno da banalização do mal na assistência à saúde. Realizada no anfiteatro principal do Hospital, a palestra foi ministrada pelo bioeticista Dr. Denis Barbosa Cacique, assistente de direção no Caism e professor colaborador de ética na Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp.
Para introduzir a discussão, o palestrante relatou a história do ex-neurocirurgião americano Christopher Duntsch, atualmente conhecido como Dr. Morte. Entre 2010 e 2012, atuando em diferentes hospitais de Dallas, no Texas, o médico operou 38 pacientes com problemas da coluna, dos quais 35 sofreram danos severos, incluindo paralisias, mutilações e dois casos de morte.
“Como explicar o silêncio das dezenas de profissionais da saúde que, durante muito tempo, nada fizeram para impedir que Christopher Duntsch continuasse operando outros pacientes?”, perguntou o palestrante à plateia.
Recorrendo aos experimentos comportamentais de Stanley Milgram e Philip Zimbardo, o bioeticista explicou que a obediência irrefletida à autoridade e a desinvidualização (de si e dos outros) são componentes importantes para a compreensão do mal banal. No caso da desindividualização, trata-se de um fenômeno que pode levar à inibição de alguns dos freios morais mais básicos dos seres humanos, como a culpa, a vergonha e o medo.
O professor também falou sobre Hannah Arendt e a cobertura do julgamento do tenente coronel nazista Adolf Eichmann, responsável pela organização do sistema de transporte ferroviário de judeus, negros, homossexuais, comunistas e ciganos (dentre outros indesejados sociais) para os campos de concentração, trabalho forçado e extermínio.
Para introduzir a discussão, o palestrante relatou a história do ex-neurocirurgião americano Christopher Duntsch, atualmente conhecido como Dr. Morte. Entre 2010 e 2012, atuando em diferentes hospitais de Dallas, no Texas, o médico operou 38 pacientes com problemas da coluna, dos quais 35 sofreram danos severos, incluindo paralisias, mutilações e dois casos de morte.
“Como explicar o silêncio das dezenas de profissionais da saúde que, durante muito tempo, nada fizeram para impedir que Christopher Duntsch continuasse operando outros pacientes?”, perguntou o palestrante à plateia.

Recorrendo aos experimentos comportamentais de Stanley Milgram e Philip Zimbardo, o bioeticista explicou que a obediência irrefletida à autoridade e a desinvidualização (de si e dos outros) são componentes importantes para a compreensão do mal banal. No caso da desindividualização, trata-se de um fenômeno que pode levar à inibição de alguns dos freios morais mais básicos dos seres humanos, como a culpa, a vergonha e o medo.

O professor também falou sobre Hannah Arendt e a cobertura do julgamento do tenente coronel nazista Adolf Eichmann, responsável pela organização do sistema de transporte ferroviário de judeus, negros, homossexuais, comunistas e ciganos (dentre outros indesejados sociais) para os campos de concentração, trabalho forçado e extermínio.

O palestrante explicou que, ao contrário do que se poderia imaginar, Eichmann não era intrinsecamente mal ou intelectualmente incapaz, mas apenas uma pessoa que não refletia sobre o valor moral de suas atitudes.
A palestra foi encerrada com a apresentação de uma série de exemplos do fenômeno da banalização do mal no contexto da atenção à saúde no ambiente hospitalar. Para prevenir tais ocorrências, o professor propôs a adoção de uma série de medidas tanto pelos profissionais como pelas instituições em que eles atuam, como a promoção do diálogo entre os diferentes níveis hierárquicos e o empoderamento dos núcleos e comissões de controle, como o núcleo de segurança do paciente e as comissões de ética profissional.
A palestra foi encerrada com a apresentação de uma série de exemplos do fenômeno da banalização do mal no contexto da atenção à saúde no ambiente hospitalar. Para prevenir tais ocorrências, o professor propôs a adoção de uma série de medidas tanto pelos profissionais como pelas instituições em que eles atuam, como a promoção do diálogo entre os diferentes níveis hierárquicos e o empoderamento dos núcleos e comissões de controle, como o núcleo de segurança do paciente e as comissões de ética profissional.
*Marcela Zanatta é enfermeira obstetra, responsável pela UTI de adultos e pela educação permanente do Caism e Dr. Denis Barbosa Cacique é assistente de direção no Caism e professor colaborador de ética na Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp.