Novembro: mês da prematuridade
O Dia Mundial da Prematuridade foi criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para chamar a atenção para um problema que atinge 15 milhões de crianças todos os anos ao redor do mundo, mais de 1 a cada 10. No Brasil, 340 mil bebês nascem prematuros todo ano, o equivalente a 931 por dia ou a 6 prematuros a cada 10 minutos.
Por Marcela Zanatta*
As complicações decorrentes da prematuridade são a principal causa de morte entre os menores de 5 anos tendo causado 1 milhão de óbitos em 2015. Ainda, muitos dos que sobrevivem à prematuridade tem sérias consequências na saúde e qualidade de vida, como deficiência motora, dificuldades cognitivas e de aprendizagem, problemas visuais e auditivos.
Para reduzir as taxas de mortalidade infantil e neonatal relacionados à prematuridade e ao baixo peso ao nascer a OMS foca suas recomendações em três áreas:
Cuidado integral oferecido por enfermeiras obstetras: uma ou diversas profissionais enfermeiras ou midwives oferecendo cuidado para a mulher, seu bebê e sua família durante o pré-natal, intra-parto e pos parto. Este modelo de cuidado está associado a melhores resultados para a grande maioria das mulheres e dos bebês, e tem o potencial de reduzir o risco de prematuridade em até 24%. Além disso, o cuidado centrado na mulher oferecido pela enfermeira obstetra melhora a chance para parto vaginal espontâneo, diminui a chance de a mulher ser submetida à episiotomia e parto instrumental e melhora a experiência materna com o nascimento.
Os requisitos para que esse modelo de assistência seja eficiente e seguro é um bom programa de formação e aprimoramento para as enfermeiras obstetras, boa regulação e fiscalização das práticas, acesso e transporte seguro ao próximo nível de complexidade de assistência, caso seja necessário.
Para saber mais sobre esse modelo de assistência clique aqui.
Cuidado Mãe Canguru: método de atenção ao recém-nascido prematuro e de baixo peso que inclui aleitamento materno frequente e exclusivo, contato pele-a-pele, fortalecimento do vínculo mãe/bebê. O Caism tem certificação de todas as etapas do Mãe Canguru emitida pelo Ministério da Saúde.
Intervenções clínicas específicas: a OMS oferece um guia com recomendações específicas para intervenções durante a gestação, trabalho de parto e período neonatal voltadas para a mãe (antibióticos em situações de rotura prematura de membranas, por exemplo) ou para o recém nascido (cuidado térmico, suporte nutricional, uso seguro do oxigênio).
Você pode conhecer essas diretrizes clicando aqui.
É compromisso dos gestores de saúde, das instituições e dos profissionais da assistência promover cuidado seguro às mulheres e seus bebês para que as crescentes taxas de prematuridade possam começar a diminuir em todos os locais do mundo.
*Marcela Zanatta é enfermeira obstetra, coordenadora do GT de Saúde da Mulher do COREN-SP e responsável pela supervisão da UTI de Adultos e Educação Continuada do Caism